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quarta-feira, 30 de maio de 2012

As crianças e a falta de concentração

    As crianças e a falta de concentração



Como atuar?



A falta de concentração está quase sempre associada à Perturbação de Hiperactividade com Défice de Atenção, sendo esta uma patologia em que a criança apresenta impulsividade e falta de atenção para tarefas comuns como ver televisão, realizar os trabalhos da escola ou jogar um jogo de tabuleiro.



Muitas crianças têm também dificuldade em seguir as instruções dadas pelos agentes educativos ou em criar laços de amizade com outras crianças. Para que as mesmas aprendam melhor, é necessário que pais, educadores e professores compreendam as suas necessidades especiais e individualizem o seu programa educacional para ultrapassar com maior sucesso as suas dificuldades.


Como a nível comportamental, estas crianças não adotam os comportamentos mais assertivos, devem também ser utilizadas técnicas de gestão de comportamentos com o objectivo de as ajudar  a aprender a controlar as suas atitudes e ações. É de referir que este trabalho deverá sempre ser realizado em equipa por todos os agentes educativos envolvidos no processo de desenvolvimento da criança.

Causas da falta de concentração


A falta de concentração tem como significado uma inércia da atenção ou uma lentidão para mobilizar a atenção. A concentração é importante para a realização de qualquer tarefa, quer seja física, quer seja mental. Associada à concentração está a atenção, uma vez que é necessário estarmos atentos para atingirmos um certo nível de concentração.

Por exemplo, quando a criança está a estudar, precisa de prestar atenção àquilo que está a ler mas, também precisa de se concentrar para reter a matéria por um longo período de tempo.

A capacidade para se concentrar numa tarefa varia de criança para criança, dependendo do seu estado mental, emocional e físico. Também as condições externas, como o espaço, a temperatura e o ruído podem influenciar na amplitude da concentração. É necessário que o ambiente envolvente seja tranquilo e ausente de barulhos ou outros distratores que possam perturbar e desviar a atenção da criança.

A criança que apresenta dificuldade em se concentrar parece não ouvir aquilo que se lhe diz diretamente, por isso é que dificilmente consegue seguir as instruções que lhe são dadas, uma vez que, provavelmente, tende a estar distraída com outros estímulos irrelevantes. Verifica-se também nestas crianças a facilidade para se esquecerem das tarefas quotidianas.

A falta de concentração pode ter causas emocionais, como por exemplo, o divórcio dos pais, o nascimento de um irmão ou a perda de alguém querido. Estas situações com uma elevada carga emocional desgastam a criança impedindo que ela tenha força e capacidade para se concentrar em algo.

O défice de concentração derivada dos acontecimentos mencionados anteriormente, conduzem a criança a vivenciar um elevado grau de ansiedade, desinteresse por determinados assuntos e tarefas, dificuldades de aprendizagem, baixo rendimento escolar e falta de postura aquando a realização de diversas tarefas.

Como melhorar a concentração?

Existem determinadas tarefas que os pais podem implementar para melhorar a concentração da criança:
-Faça com que o seu educando dedique mais tempo à tarefa que está a realizar e conduza-o a realizar funções que lhe facultem maior prazer e motivação.
-Não permita que o seu filho deixe uma tarefa a meio. Demonstre-lhe que terá que a realizar até ao fim. Os trabalhos de casa deverão ser feitos pouco tempo depois da criança chegar da escola. Não autorize o seu filho a ir brincar ou ver televisão antes de fazer os TPC’s, uma vez que quando os for fazer estará cansado e, consequentemente, muito menos concentrado.
-Realize jogos que estimulem o seu raciocínio e a sua capacidade de concentração, como por exemplo, puzzles.
-Quando o professor critica o seu filho, não o repreenda à frente dos seus colegas. Espere para chegar a casa e fale tranquilamente com ele.
-Tente valorizar sempre os comportamentos positivos, fazendo-lhe compreender as consequências, quer dos comportamentos positivos, quer dos comportamentos negativos.
-Não permita que passe muito tempo a ver televisão. Estudos revelam que crianças que passam mais de 2 horas a ver televisão manifestam dificuldades em se concentrarem nas actividades escolares.
-Faça diversos passeios ao ar livre, como passear num jardim ou num parque infantil.


Em conclusão…

É crucial que pais e professores exerçam um trabalho de equipa para que ambos possam partilhar hábitos, rotinas e comportamentos da criança. Ambos podem elaborar um plano do qual constem atividades a realizar pela mesma. É fundamental que seja a própria criança, sobre supervisão, a avaliar os seus comportamentos, quer sejam positivos, quer sejam negativos.

Os pais deverão aceitá-la tal como ela é e utilizar os seus interesses como elementos motivacionais para a ajudar a aprender de forma mais eficaz, permitindo assim, a que esta desenvolva a confiança em si própria e a auto-estima, para que  consiga enfrentar novos desafios de forma positiva, relembrando-a sempre da importância de refletir antes de agir.

Adaptar as providências correctas permite que as crianças se desenvolvam sem problemas de maior, conduzindo a adultos livres de traumas e problemas de auto-estima causados pela experiência da escola. Se após a implementação das estratégias, os pais repararem que a criança não altera a amplitude da falta de atenção, o ideal é recorrer a um especialista, como por exemplo, um psicólogo.



DESTAQUES


É necessário que o ambiente envolvente seja tranquilo e ausente de barulhos que possam perturbar e desviar a atenção da criança
Não permita que o seu filho deixe uma tarefa a meio
Os trabalhos de casa deverão ser feitos pouco tempo depois da criança chegar da escola
Se após a implementação das estratégias, os pais repararem que a criança não altera a amplitude da falta de atenção, o ideal é recorrer a um especialista
Por: Dra. Catarina Leal,Psicóloga Educacional

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